Carta dos estudantes de História sobre a avaliação da gestão administrativa da UFU 2009-2012

Antes de tudo é bom lembrar o quadro conjuntural em que se iniciou a gestão atual da reitoria, pois é justamente a partir dele que avaliamos seu compromisso e alinhamento com o que vem desenhando os rumos da universidade pública brasileira.

Uma das lutas centrais que o movimento estudantil vem desempenhando é a defesa da educação de qualidade tratada como um direito, e, portanto, pública e gratuita para toda a população. No entanto, o que observamos em nossa atual universidade é a manutenção de uma concepção de educação que mantém a sustentação da lógica do capital que pode ser traduzida basicamente sobre dois aspectos:

a) formação de mão de obra em diversos graus de especialização, para a garantia das condições de produção dentro do mercado e que estejam à disposição em quantidade suficiente para que os salários sejam variáveis à contratação;

b) uma concepção competitiva, meritocrática e produtivista que se impõe sobre os mais variados níveis de acesso a educação no ensino superior, passando desde o vestibular até os processos seletivos para bolsas e programas de pós-graduação.

Vale lembrar que nos últimos anos enfrentamos também, ataques às condições de trabalho dos trabalhadores em educação e uma expansão (o REUNI) que para além de não resolver os problemas históricos das demandas das universidades, criaram novos problemas agravantes que ironicamente, em muitos momentos são chamados de “novos desafios”.

Mas o que a nossa atual reitoria tem a ver com isso? Justamente o nosso balanço é de que a gestão esteve o tempo todo comprometida com essa lógica, demonstrando muito empenho que muitas das vezes significou o atropelo do debate democrático entre os segmentos que constroem a universidade (Estudantes, Técnicos em Educação e Professores). Talvez o fundo da orientação dessa prática deva ficar mais nítido ao lembrarmos o fato em que ficou exposta a homenagem aos signatários da ditadura militar estampado na entrada do prédio da reitoria (um quadro do ditador Costa e Silva). Sabemos muito bem que esse tipo de homenagem refere-se aqueles em que queremos nos referenciar como exemplos.

Infelizmente a atual gestão da UFU mostrou tratar ditadores como referências para a construção da educação no Brasil.

Para os que tentaram se posicionar contrários a essa política construída dentro da universidade a resposta foi à perseguição política e a criminalização. Voltamos ao tempo em que há perseguição política na UFU àqueles que não coadunam dos atos da administração superior. O questionamento, muitas vezes sem nenhuma justificativa, leva à penalização. Assim ocorrerão as demissões de trabalhadores das fundações com anos de bons serviços prestados à universidade. É assim que um professor foi suspenso sem o devido processo legal. É assim que uma servidora do hospital foi colocada à disposição, depois de anos de serviço, sem nenhuma justificativa. E não podemos deixar ser esquecido o caso de criminalização de 11 estudantes que reivindicavam dentre várias pautas a democracia na utilização dos espaços públicos da UFU, bem como a liberda de de expressão que vem sendo suprimida.

A concepção de educação e de função social da universidade defendida pela atual gestão administrativa da UFU ficam explícitas em suas ações e na forma como são implementadas. As Normas Gerais de Graduação, recentemente reformuladas, foram aprovadas no Conselho de Graduação sem que as discussões a respeito das regras que regem a vida acadêmica dos estudantes fossem de fato aberta a estes. A aprovação da manutenção da penalização por trancamentos parciais, expressa na não revogação do índice de rendimento CRA, ocorreu sem que as discussões fossem ampliadas a toda a comunidade universitária.

Também não podemos deixar de denunciar o teor técnico que conduziu as discussões no conselho superior, desconsiderando preocupações pedagógicas e educativas que foquem na qualidade da formação dos graduandos. Este caráter não se faz desconexo do conjunto de políticas aplicadas à universidade nos últimos anos. As normas para a graduação, bem como as demais ações políticas e de organização educacionais estão inseridas na lógica de expansão universitária colocada, orientada no sentido de encurtar o tempo de formação e reduzir o papel da educação ao caráter meramente técnico. Esta lógica vem precarizando o trabalho docente e técnico, bem como as condições estruturais necessárias a garantir amplamente o tripé ensino-pesquisa-extensão.

Nesta mesma lógica está a ampliação dos cursos de educação à distância, comumente utilizada por esta gestão, como propaganda da suposta democratização do acesso ao ensino superior. Discordamos que os cursos em EAD proporcionem a mesma formação encontrada nos cursos presenciais, sendo extremamente limitada em cumprir com a pesquisa e extensão, além de não possibilitar a mesma vivência universitária, possível aos estudantes que têm acesso a uma vaga presencial na Universidade Pública.

Outro aspecto observável é a grande quantidade de cursos pagos de pós-graduação colocados na estrutura da UFU, enquanto os cursinhos populares foram proibidos. Este fato demonstra a concepção de educação fomentada pela reitoria, colocada inserida na lógica do mercado e desfocada da espera de direito social. Esta bém na expressão de papel social da universidade estimulada nesta gestão. Os altos investimentos da iniciativa privada no financiamento das pesquisas científicas produzidas na Universidade demonstram o atrelamento da educação e da estrutura pública aos interesses privados e de acumulação do capital, demonstrando a ausência de compromisso com as demandas sociais populares.

Acreditamos que a educação é um direito social de todos, devendo ser garantidas condições de moradia, alimentação e transporte, bem como demais políticas de assistência aos estudantes. Repudiamos a lógica do individualismo e da competição impostas ao nosso sistema educacional por políticas que mercantilizam a educação. Defendemos que a Universidade Pública deve estar orientada para a resolução dos problemas sociais pelos quais passam a população brasileira e para a construção de uma sociedade de sujeitos emancipados, socialmente justa e igualitária.

Nesse sentido, a contribuição dos estudantes de história e do Centro Acadêmico de História gestão 2011-2012 “O Tempo não Pára” sobre a gestão administrativa da UFU 2009-2012, só poderia ser a constatação de que as políticas administrativas aplicadas, que fomentam e fortalecem a precarização do direito educacional, não atendem às necessidades imediatas e reivindicações históricas dos estudantes e do movimento estudantil.

*Carta redigida a partir da avaliação de pontos discutidos em reunião aberta do CAHIS, e lida ao Reitor da UFU, Prof. Alfredo Júlio Fernandes Neto, na 6º reunião do Conselho do Instituto de História.

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Música Caribenha

Arriba!

Pra aqueles que gostam de um bom som, apresentamos a banda Maldito Sudaka

Nesta quarta-feira, dia 10 às 22 horas no Centro de Convivência do Campus Umuarama.

Até lá

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Sem mais propés

No dia 15 de março chegou ao DADU um documento assinado pela gerente de enfermagem do Bloco Cirúrgico Sra. Cláudia Duarte P. Borges. Nesse documento havia a seguinte informação:

“Comunico a V.S.a que a partir do dia 01/04/2011 a lavanderia do Hospital de Clínicas não disponibilizará propés para o Centro Cirúrgico, portanto solicito orientações aos estudantes quanto a obrigatoriedade do uso de sapatos fechados, pois não será permitido o acesso dos mesmos ao setor utilizando calçados fora da norma técnica (havaianas, rasteirinhas, sandálias e sapato aberto).”

Sem saber do que se tratava ao certo, visto que documento não era auto-explicativo, o DADU foi ao HC buscar mais informações.

A determinação de que a lavanderia (setor recentemente terceirizado) não forneceria mais propés partiu do diretor do hospital que teve que tomar essa drástica decisão ao se deparar com a falta de verbas para o Hospital Universitário (será que isso tem a ver com o corte de 50 bilhões no orçamento da união??? Leia mais… http://migre.me/4emn0) . Isso povoa nossa mente com no mínimo 3 questionamentos: Não há risco para o paciente? Não há risco para os alunos  estudantes? Porque não há verba para propés?

Pois bem, o risco para os pacientes é mínimo, já que o ambiente do centro cirúrgico é constantemente  limpo e higienizado. O grande problema é justamente os estudantes que têm o HC como cenário acadêmico de prática, já que a não proteção dos pés, caso não mesmo que esteja usando calçado adequado, pode resultar em contaminação grave (supressão da palavra), uma vez que o contato com secreções e sangue é rotineiro. Será que nós estudantes teremos que levar nossos propés descartáveis tal como fazíamos com as luvas nas passadas aulas de anatomia? E depois… serão os capotes? Os kits cirúrgicos? As luvas estéreis??? Será que não há nessa instituição a preocupação em preservar o bem estar e o ensino de qualidade dos estudantes?

Como solução para a questão foi disponibilizado no centro cirúrgico um calçado adequado feito em borracha e capaz de proteger totalmente os pés no que se refere ao contato com substâncias contaminantes, mas não pense que esse privilégio estende a você! Esse sapato é fornecido apenas para a equipe  digamos, remunerada, ou seja, eu, você, nós NÃO!

Imagine, se a verba está curta para propés de pano, quem dirá para sofisticados sapatos emborrachados!

Entramos, então, no último questionamento: A verba…

A queixa é que a Prefeitura de Uberlândia a universidade*tem repassado poucos recursos para o HC, inclusive a reitoria vem cobrando da prefeitura de Uberlândia o pagamento de serviços prestados e contas atrasadas por conta da falta de verbas, isso reflete na prova disso é que falta de instrumentos básicos, darei um exemplo. No feriado do carnaval o hospital não dispunha de fixador externo para fraturas expostas, isso mesmo, no carnaval, o feriado mais etílico do país e mais propenso a acidentes com vítimas apresentando fraturas expostas. Se eu fosse o HC eu sentiria grande inveja do Hospital Municipal, esse filho caçula que não recebe estudantes e tem todas as regalias financeiras e pomposa estrutura. (ficou parecendo que a gente acha legal não receber estudantes… talvez seja impressão minha. O que acham se ficar assim: Se eu fosse o HC sentiria inveja do Hospital Municipal que vem recebendo todas as atenções… grandes investimentos, uma pomposa estrutura, muita mas muita propaganda mesmo e apesar disso tem até agora 40 leitos funcionando (o que não dá uma enfermaria do HC) e está de portas bem fechadas para os estudantes!

Espantado leitor?

Nós também!

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Vídeo Movimento Estudantil… para quem ainda não conhece a arte de movimentar

Pra que Movimento Estudantil????

Não há mais pelo que lutar, certo?

Acabou a ditadura já tem um tempo, o Brasil está se desenvolvendo a pleno vapor, a democracia está nas ruas e você está numa universidade pública, gratuita e de qualidade.

Essa é a imagem que é vendida, que amordaça e acorrenta. Dá uma olhada em volta de novo…..

A saúde pública está em tratamento paliativo, a educação pública está em choque, a democracia (coitada!) precisa de uma manobra pra ser ressuscitada… Não vamos ser médic@s?

Tá aqui alguns de nossos pacientes, e aí, quando vamos começar a pensar na terapêutica deles? Ou vamos assistir ao funeral calad@s?

Pra alimentar um pouco as sinapses, aqui vai um vídeo produzido pelo DADU na Semana de Acolhimento aos Calour@s pra mostrar uma galera que anda lutando pra reverter esse estado de coisas!!!! é um vídeo feito com fotos de espaços, atos, que nós do DADU participamos e contribuímos na construção.

” O movimento estudantil é como a consciência de uma geração que desperta e não aceita o mundo que lhe é legado, buscando com sua ação tornar-se sujeito do seu destino coletivo e não mais indivíduos passivos e concorrentes ao sol do êxito profissional”

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Vitória dos estudantes da UFU no Conselho Diretor (CONDIR)

Segue abaixo a nota da gestão 2010 do DCE- Movimento e Construção divulgada hoje.

No dia 1 de dezembro de 2010, foi convocada uma reunião extraordinária do Conselho Diretor (CONDIR) para tratar da pauta “Utilização dos espaços físicos da UFU para promoção de ventos culturais, esportivos, de lazer e sindicais”. Este assunto, alvo de tantas polêmicas na mídia, na comunidade acadêmica e na sociedade como um todo, que se desdobrou inclusive num processo administrativo e judicial contra 11 estudantes da UFU, teve um desfecho positivo.

Para quem ainda não sabe do que se trata, este assunto começou a ser discutido em 2009 no CONDIR  e tudo indicava que a Universidade deixaria de realizar em seu âmbito os eventos festivos e confraternizações. A justificativa era de que as festas, além de perturbar o silêncio, eram eventos propícios para o consumo de álcool e outras drogas entre os estudantes. Nesse sentido era preciso então proibir, literalmente, o consumo de bebida dentro da UFU e, por consequência, inviabilizar as festas.

Uma grande mobilização dos estudantes foi feita a partir de então. Várias assembléias estudantis, CONDAS (Conselhos de DAs e CAs), passagens em salas e panfletagem se realizaram, atentando para esta grave ameaça aos espaços de integração extra-classe. O exemplo mais conhecido foi a ocupação do CONDIR no dia 12 de março, que inclusive teve repercussão na imprensa nacional. Porém, é necessário lembrar que esta reivindicação não foi a única que moveu cerca de 300 estudantes á porta da reitoria, nem tampouco a ocupar a sala de reuniões do conselho e fazer uma assembléia com o Reitor onde foram debatidos vários problemas da universidade.

Na tentativa de apresentar uma proposta que solucionasse o impasse causado pelas festas na UFU, tanto da problemática do consumo exagerado de bebida, quanto na pertubação dos vizinhos, os estudantes representantes discentes do conselho obtiveram em maio deste ano , a vista do processo que tratava dessa matéria. Quando tudo parecia estar finalmente encaminhado para uma solução, o conselho boicotou a leitura da proposta de resolução para a normatização dos eventos festivos, proposta feita pelo movimento estudantil da UFU representado pelo DCE, mas que infelizmente foi vetada no CONDIR.

A pauta, então, foi deixada de lado e só agora voltou á ordem do dia, quando uma reunião extraordinária foi convocada para tratar exclusivamente do assunto, tendo como relator o relator do Instituto de Economia. Era inegável que a proposta eleborada pelos estudantes e vetada pelo conselho era a melhor e mais avançada proposta de regulamentação das festas na UFU. Sabendo disso, o novo relator não teve escolha, apresentou ao conselho a proposta construída anteriormente pelos estudantes e o CONDIR teve que reconhecer este fato. A solução, como nós afirmamos desde o começo é CONSCIENTIZAR, EDUCAR, POLITIZAR, e não proibir.

Esta é a vitória dos estudantes da UFU. O Diretório Central dos Estudantes, gestão Movimento e Construção 2010, acreditou e acredita sempre na capacidade de intervenção e mobilização dos estudantes, tanto nos espaços do Movimento Estudantil, quanto nos espaços mais burocráticos, como o CONDIR. A ameaça de proibir as festas e a bebida alcoólica acabou. Oferecemos esta vitória a todos que acreditam no movimento estudantil combativo, que não se vende para governos e reitorias e que sabe propor o que é melhor para os estudantes e para a sociedade.

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Eleição DCE UFU gestão 2011, reflexões necessárias

Nessa quinta-feira, dia 9, aconteceu na sede do DCE (2º andar CC campus Santa Mônica) a apuração dos votos da eleição para a gestão 2011 do DCE (Diretório Central dos Estudantes), realizada nos dias 7 e 8 de dezembro.

A chapa 2- Agora só falta você- foi eleita com cerca de 1200 votos com uma diferença parcial de 138 votos em relação a chapa 1- Cantando, porque o grito só não basta.

A chapa 1 teve vitória em quase todas as urnas, como no campus pontal, umuarama, educação física e santa mônica, com exceção das localizadas nos blocos 3Q, do direito e das engenharias, onde a chapa 2 obteve esmagadora maioria dos votos, com uma diferença que chegou a quase 200 votos.

Com uma prática eleitoral inapropriada em alguns blocos, suposta participação do vice-reitor Darizon, pedindo indiretamente que estudantes não votassem na chapa 1 e um programa que se estruturou principalmente em “Somos contra a atual gestão do DCE”, fica a pergunta: que disputa de políticas de graduação, de assistência estudantil e de produção cultural será feita na UFU?

 Num momento de aprovação do CRA (Cálculo do Rendimento Acadêmico), que dá zero aos estudantes que trancam matrículas, fazendo com que as médias caiam consideravelmente; de perseguição dos técnicos e estudantes, de precarização crescente do ensino público, não basta apenas ser contra a atual gestão do DCE. É necessário propostas, para além de festas e circuitos de repúblicas.

Nas assembléias universitárias realizadas em maio deste ano entre estudantes, técnicos e professores, declaradas ilegítimas pela reitoria, foram colocadas as necessidades de reformas nos CCs (basta olhar a situação do umuarama), de ampliação das bibliotecas e do RU santa mônica e a construção de um para o umuarama, dissociado do restaurante do HC (Hospital de Clínicas), com a mesma estrutura garantida no santa mônica.

Ainda nas assembléias, foi colocada a suspensão do vestibular no campus Pontal, enquanto não fossem garantidas as mínimas condições de estabelecimento do tripé ensino-pesquisa-extensão; a necessidade de paridade nos conselhos universitários da UFU para que os estudantes e técnicos tenham o mesmo direito a voz e voto nesses espaços de decisão da vida institucional da universidade.

É essa a realidade da UFU. Agora, é preciso acompanhar quais serão as lutas  para que a UFU (campi Uberlândia, campus Pontal, campus Monte Carmelo e campus Patos de Minas), seja de fato pública, gratuita, democrática e de qualidade.

 

 

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Ato contra o ENADE no COBEM

Durante o 48º COBEM, que ocorreu em Goiânia entre 27 e 30 de outubro deste ano, a Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina – DENEM, promoveu espaços de debate com estudantes de medicina de todo o país sobre assuntos diversos, dentre eles, o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, o famoso ENADE.

A Executiva puxou uma campanha de boicote à prova simbolizada por um elefante, que incomoda e tem incomodado muita gente que não concorda com tal atitude, ou que pode ter seus interesses prejudicados com essa iniciativa do movimento estudantil.

Em momento algum o movimento estudantil nega que seja importante alguma forma de avaliação da escola. O que trazemos à tona e queremos discutir é a forma distorcida como esta vem sendo feita. Alguns exemplos desta distorção:

– Cursinhos pré-ENADE já existem em diversas localidades;

– Algumas escolas chegam a alterar o conteúdo das aulas de forma a se adaptar melhor ao que cai mais na prova;

– Pressão em cima dos alunos que devem fazer a prova no ano, e mesmo ameaças de retaliação de acordo com o resultado;

– Ranqueamento das Universidades de acordo com a nota do ENADE, desconsiderando outros pontos de avaliação como infra-estrutura, corpo docente, currículo, avaliação prática e peculiaridades regionais;

– Premiação das escolas que obtem melhor conceito por meio de injeção de dinheiro, e o corte desta verba como forma de punição das que teoricamente vão mal…

Durante as discussões e diálogos, estudantes de diferentes realidades do Brasil, de escolas públicas e privadas, que já passaram ou não pela experiência do boicote, que concordam ou não com a campanha, puderam de forma democrática e participativa compartilhar experiências e opiniões diversas sobre o assunto.

Mobilizados, os estudantes envolvidos realizaram um ato durante o Congresso, resultado da construção coletiva e criativa de materiais de protesto, fruto do anseio pela liberdade de expressão, pelo diálogo maduro e pela luta por ações que de fato tragam melhorias para a universidade brasileira.

As discussões não param por aí, continue se envolvendo no debate no CA ou DA de sua escola e entenda que prova é essa, e de que forma a força do movimento estudantil pode barrar este processo.

Nossa força é maior quando lutamos junt@s! Só lembrando que um elefante incomoda muita gente, mas o ranqueamento, o sucateamento, a culpabilização do aluno, a retaliação e o MEDO incomodam muito mais!

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Ô Reitoria, mas que loucura, prender um estudante é coisa da ditadura!!!

O Seminário Nacional de Educação, realizado nos dias 9, 10 e 11 de outubro na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), se propôs a discutir a crise das instituições públicas de ensino superior do Brasil, trazendo o protagonismo dos estudantes na construção deste encontro e como sujeitos transformadores da universidade. O Ato Público, ocorreu no dia 11, nas avenidas João Naves e Floriano Peixoto com destino à praça Tubal Vilela, no centro da cidade. Este  momento do Seminário teve como objetivo publicizar a criminalização que o movimento estudantil da UFU tem sofrido, devido a disputa por uma educação gratuita e de qualidade, com gestão democrática e que sirva verdadeiramente às necessidades do povo brasileiro.

Num momento em que as universidades tendem a se tornar espaços cada vez mais tecnocráticos, hierarquizados, com pouca produção cultural e de pensamento crítico, o movimento estudantil luta pela retomada do papel social da universidade e da educação como instrumento de transformação da base desta sociedade excludente e desigual. As ações para que essa luta seja feita são legítimas, pacíficas e organizadas, como foi a ocupação da reitoria da UFU no dia 12 de março deste ano.

Diferentemente do que tem sido veiculado, não foi uma ação desorganizada e que visava apenas a não proibição da venda de bebidas alcoólicas, mas de expressão do descontentamento dos estudantes quanto a expansão sem qualidade da UFU, a falta de democracia nos espaços de decisão e a limitação do uso do espaço físico da universidade. Durante a ocupação, o movimento estudantil conseguiu encaminhar a proposta de convocação de uma assembléia universitária. Entretanto, durante a realização da assembléia, a mesma foi declarada ilegítima pela reitoria, mesmo havendo concordância entre os estudantes, docentes e técnicos administrativos quanto a sua convocação e as pautas (expansão sem planejamento, democracia interna e uso dos espaços físicos). Posteriormente, 11 estudantes da UFU que participaram da ocupação da reitoria, foram acusados de depredação de patrimônio público, cárcere privado, formação de quadrilha e constrangimento ilegal.

Numa universidade onde lutar virou crime, resta uma pergunta: vivemos ou não o fetiche da democracia na UFU?

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A primeira postagem

Este blog está sendo finalmente criado. Finalmente, pois já era algo que queríamos há algum tempo, e enfim… Chega de ficar querendo, é hora de começar!

Sintam-se como se estivessem adentrando os pensamentos de alguém, num bate-papo de corredor ou numa roda de conversa… num debate interessante.

Cada post é uma tentativa de trazer a você leitor, não só a informação mas, quem sabe, uma reflexão, um olhar instigado deste ou daquele objeto. Instigue-se!

Não concorde com tudo.

Não discorde de tudo.

Como uma vez dito por uma destas bocas do tempo, assim como Guimarães Rosa, devemos trazer nossas certezas, mas principalmente nossas desconfianças.

desconfie…

Saudações estudantis!


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